domingo, 30 de junho de 2013

Carambolas e jabuticabas

_ Chupa minha boceta! Pedido simples, claro, direto, normal para os casais. Mas esse não era o caso. Causou estranheza no rapaz: ela nunca o tinha sequer deixado passar a mão. O repelia com tapas, tamanha era sua pureza.

Ele desceu, suspendeu sua saia, arrastou sua calcinha para o lado e começou a chupar. Timidamente, nervoso. Definitivamente ele não gostava do cheiro que saia dessa parte dela, tão diferente de seu lábio com gostinho de jabuticaba, ou seu pescoço com sabor de carambola; procurava apenas lamber, sem penetrar a língua. Ele nunca tinha encostado sua boca num xibiu, apesar das atitudes aparentarem ser um entendido de mulheres e seus artifícios.

_ Chupa direito, caralho! _ Desse jeito eu não vou gozar nunca. Novo susto, onde ela aprendeu a falar desse jeito?! E com qual propriedade ela sabia que a chupada não estava convencendo? Tentou enfiar a língua, mas ao sentir o gosto mais profundamente, vomitou.

Ela ajeitou a calcinha, abaixou a saia e saiu sem deferir um último olhar, sem uma palavra de conforto, sem ajudar o rapaz para quem, até então, jurava amor eterno. Sentou em um banco próximo, no qual o rapaz pode ouvir em bom som ela falar a um transeunte: ei, chupa minha boceta.

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